terça-feira, 15 de abril de 2014

Cerro do Potreiro - Aparições extraordinárias

Como havia dito no post sobre Cercas de Pedra, estarei agora explanando alguns relatos de aparições e visões que muitos moradores da Região do Parové, em Alegrete, particularmente vinculado ao Cerro do Potreiro ou Mangueirão. Para entender e compreender o cenário desses episódios devemos intimar a história local, voltar no tempo, mais precisamente em 1815 quando as terras do Parové foram distribuídas em sesmarias. O Cerro do Potreiro foi de diferentes donos. Inicialmente estava nas terras de Luiz Antunes de Moraes, como consta nos registros do Arquivo Histórico de Porto Alegre: 
Nome: Luiz Antunes de Moraes
Número de Ordem: 24
Ano: 1815
Concessor: Marquês de Alegrete
Extensão: 3/4 légua de frente, 2 de fundo
Confrontações: Campos na fronteira do Rio Pardo, nos galhos do Ibirapuitã Chico terminando ao rumo noroeste por um galho do mesmo Ibirapuitã, e o campo povoado por Florêncio Antônio de Araújo.
Ao sul: pelo banhado que faz confluência com o Ibirapuitã e com os campos pretendidos por José Rodrigues da Rosa. Confrontam:
Ao oeste: onde fazem fundos com o mencionado arroio.
Ao leste: terminam em uns cerros de campos que fazem uma quebrada e separam o campo requerido por Albino Pereira de Lima.
Os galhos do Ibirapuitã eram o que hoje é conhecido por Arroio Estiva e Arroio Queromana que desaguam no Ibirapuitã Chico (Arroio Caverá). Após a morte de Luiz Antunes de Moraes houve uma divisão de campos entre os herdeiros e outros tantos venderam seus quinhões de terras. Um fator importante para a mudança de sobrenomes dos proprietários atuais das terras foram os casamentos consumados entre as filhas de Luiz Antunes com os Severo que possuíam campos no outro lado do Arroio Caverá. Também houve a "chegada" dos Mendonça, Pedroso, e Ribeiro. Os Ribeiro que descendem na região de Ismael José Ribeiro adquiriram terras por meio de compra e casamentos. Segundo informações de Samuel Martens, os Ribeiro assentaram-se no local em entre 1850/80, possuindo uma quantia significativa de terras, aproximadamente 1 légua de frente por 2 de fundo, estendendo-se por toda a margem do Arroio Queromana.
O Cerro do Potreiro recebe este nome porque havia em seu topo uma grande mangueira/potreiro de pedra onde o gado era recolutado para que se fizessem o aparte para a venda ou consumo. Há quem diga que durante as invasões castelhanas o mangueirão era usado pelos portugueses para prender os hermanos. Na saída da mangueira ficava um carrasco com uma espada na mão fazendo a seguinte pergunta: "pau ou pausito?", quem dissesse pausito era degolado pois evidenciava que era castelhano. Outros moradores também contam que em cima do cerro muitos escravos eram castigados por seus senhores. Outros até contam que há um grande enterro de dinheiro, várias moedas de ouro acham-se enterradas nos escombros do velho mangueirão de pedra.
Mas o fato que mais chama a atenção é a aparição de noivas que caminham para o entrar do sol e bolas de fogo que "cai" do céu em cima do cerro. Muitos juram de "pé trancado" que viram tais aparições e que estas são verídicas.
Tudo que a gente ouve ou lê a respeito do lendário Cerro do Potreiro é muito fascinante. São relatos surpreendentes que fazem parte da nossa cultura local. O causo contado nos galpões já não é tão costumeiro como antes, este é um aspecto do folclore gaúcho que esta desaparecendo.  Devemos batalhar para preservar os causos que eram contados nas rodas de mate, resgatar o papel do chasqueiro que era o indivíduo responsável pela transmissão dos chasques, contos e causos gauchescos.
Quem não conhece o Cerro do Potreiro deveria conhecer. A vista é muito linda, recompensa o esforço da escalada. Localização: BR - 290 Km 537, Alegrete, Rio Grande do Sul. Coordenadas para Cerro do Potreiro:  W55°21'45.98"  S30°1'52.24" .Confira algumas fotos.

 Localização in Map











4 comentários:

  1. Adorava ouvir esse tipo de história quando criança, hoje em dia é muito mais difícil de ver alguém contar sobre enterros de dinheiro e aparições. Seria grandioso um trabalho para que essas memórias populares das gentes da nossa terra, das nossas estâncias não se perdesse no tempo.

    ResponderExcluir
  2. Meu bisavô Astrogildo Perceverano de Mendonça e minha bisavó Lucinda Mendonça, foram donos da terra onde está situado o Cerro do Potreiro. Foi alojado neste local um grupo de guerreiros, que bateram em retirada por um ataque dos adversários. A minha bisavó, inclusive, deu uma vaca para eles carnearem. Hoje, a propriedade é do senhor Rui Mendonça Pedroso.
    - Jarbas Mendonça

    ResponderExcluir
  3. Que história linda! Já tinha ouvido algo.

    ResponderExcluir
  4. bom de fazer uma caminhada num domingo e passar meu detector de ouro que sabe ? estou a disposiçao sou Rudimar watts 51 996454900

    ResponderExcluir