terça-feira, 22 de abril de 2014

Da série Pontos Turísticos de Alegrete: Toca da "Onça"

Nesta postagem irei falar sobre mais um Ponto Turístico de Alegrete, a Toca da Onça. Esta magnífica construção da natureza acha-se situada na localidade do Parové que integra o Durasnal, 3º subdistrito de Alegrete. A toca da onça é uma formação rochosa que contem uma fenda que só aparece quando a água para de correr sobre as pedras. A água e as pedras formam uma espécie de cachoeira. A toca encontra-se nos campos que foram de Florêncio Antônio de Araújo, acredita-se que ele foi o primeiro proprietário daquelas terras. 
Conforme registros do Arquivo Histórico de Porto Alegre a sesmaria medindo 1 légua de frente por 3 de fundo foi concedida pelo Marques de Alegrete em favor de Florêncio Antônio de Araújo no ano de 1815. Esta registrada sob número de ordem 85. Acha-se entre dois boqueirões existente na vertente e no arroio, que dividem os campos de Antônio Gonçalves Borges e Damásio Rodrigues Corrêa. Ao norte confronta com a Lagoa do Parové. Ao sul limita-se com um arroio que deságua no Ibirapuitã Mirim e divide os campos de Luiz Antunes de Moraes e os pretendidos por José de Almeida Lemos, por um banhado que atravessando a Cochilha da Estra faz forquete ao leste com os  galhos dos afluentes rio Itapeguy (Itapeví) , e ao oeste com o mesmo Ibirapuitã Mirim. 

Segundo relatos, o povo da região conta que o lugar ganhou esse nome porque  quando o  primeiro proprietário das terras, senhor Florêncio ,  ao passar pelo local notou que a cachoeira havia secado. No lugar onde o lençol d'água corria foi revelado uma enorme fenda. O local era frio e escuro. No fundo avistou uma onça que estava a devorar os cordeiros de seu rebanho. Como estava desarmando e frente aquela feroz criatura, Florêncio regressou à sua casa para trazer reforços. 

Ao regressar até o local, não encontrou nenhum sinal de presença da onça, exceto os restos dos cordeiros devorados. Desse dia em diante o lugar ficou conhecido como Toca da Onça. Existe em Alegrete outra Toca da Onça. A outra localiza-se no 2º Distrito de Passo Novo, porém não é visitável devido a existência de alguns morcegos.  A toca da onça do Passo Novo é bem diferente da que localiza-se no Parové. A do Passo Novo esta mais para Caverna do que para toca,  não se tem registros, até o presente momento, da associação do nome Toca da Onça ao local. Especula-se que seja similar ao caso do Parové.

 A Toca da Onça do Parové, é também muito utilizada pelos moradores adeptos das religiões de origem africana. Segundo eles, em meio a natureza os orixás encontram um vínculo mais familiar e podem se comunicar melhor com seus filhos. A Toca da Onça também faz parte dos atrativos turísticos de Alegrete. A Secretária de Turismo de Alegrete que quase inexiste, não move esforços que gerem resultados em prol de nossos pontos turísticos. A exemplo da Ponte de Pedra no Cerro do Tigre, vários lugares turísticos estão abandonados. O turismo rural é uma boa opção para o desenvolvimento econômico da região, porém quando necessita-se de apoio dos órgãos que deveriam ser promovedores turísticos encontra-se uma grande dificuldade de recursos e uma burocracia bem ao "estilo Brasil de ser". Confira algumas fotos e a localização no mapa. Trecho: BR -290, Km 534-35. 
Fotos: Acervo Digital de Giciéli Barúa. 











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