Os Sumérios
É entre o monte Zargo e o deserto
da Arabia que correm dois rios caudalosos, Tigre e Eufrates. Entre esses rios existiam
terras muito férteis denominadas Mesopotâmia (em grego terra entre rios – meso pótamis), hoje atual território do
Iraque. Foi nessas terras que se desenvolveram as primeiras civilizações de que
se tem noticia, e com elas os primeiros traços culturais.
à Estandarte Sumério
representando as classes sociais. Na parte superior, vemos o rei e sua corte.
Nas duas partes inferiores observamos os pescadores, agricultores e o povo em
geral.
Foi no quarto milênio antes de
Cristo que os Sumérios, povo oriundo do planalto da Asia Central, se
estabeleceram e fertilizaram a parte norte da Mesopotâmia denominada Assíria e a parte sul denominada Caldeia. Lá eles fundaram as cidades de Ur, Nippur e Lagash cada uma constituída de um pequeno estado, regido por um
chefe civil e religioso chamado de patesi. Ur, Nippur e Lagash constituíram os primeiros centros econômicos da
mesopotâmia.
Cidade de Lagash
Cidade de Ur
Os sumérios possuíam rebanhos ovinos, bovinos e praticavam a agricultura para a qual
desenvolveram arados e sameadoras puxados a boi. Na sua nova casa aprenderam
como aumentar a produtividade natural do vale fluvial desenvolvendo técnicas de
irrigação.
Aprenderam a
construir suas casas com mantimentos naturais e artificiais afim de ficarem a
salvo das águas das enchentes e terem maior segurança contra os ataques.
Escavações
feitas nas ruínas da cidade de Ur constataram que os sumérios atingiram um
grande grau de civilização, tendo sua ascendência maior por volta do ano 3.500
a.C. Provavelmente sua cultura continuou a dominar a Baixa Mesopotâmia por mais de
1500 anos enquanto na Babilônia imperava a dinastia de Hamurábi.
Influencia da arte sumeriana em uma Mesquita da Samarra no Iraque.
Os sumérios
para fortificar suas construções tiveram que recorrer ao tijolo, souberam como
ninguém usufruir desta técnica, primeiramente empregada nas construções de
templos.
Mais tarde,
desenvolveram um sistema de escrita que era empregado na contabilidade dos
templos. Os registros escritos eram necessários para se ter um controle das
riquezas acumuladas pelos templos devido ao fato de estes receberem muitas
oferendas religiosas.
Estatueta do templo de Tell Asmar, um rei rezando.
PROVÉRBIO SUMÉRIO
“O pobre está melhor
morto do que vivo.
Se tem pão, não tem sal,
Se tem sal, não tem pão,
Se tem carne, não tem
cordeiro,
Se tem cordeiro, não tem carne."
A administração desses bens exigia que os sacerdotes mantivessem um controle
preciso das operações como empréstimos de animais ou sementes, pagamentos aos
construtores de barcos ou a comerciantes estrangeiros, relação de mercadorias
vendidas, emprestadas e estocadas. Para manter esse controle a solução foi
registrar por escrito as operações realizadas.
A escrita sumeriana foi se
desenvolvendo com o tempo, por volta do ano 3.000 a.C, passou a ser utilizada também
nos registros religiosos, textos literários e algumas normas jurídicas. A
escrita era originalmente feita na argila mole, com um estilete em “forma de cunha”,
o que determinou o formato dos sinais. Por isso a escrita sumeriana ficou
conhecida como "cuneiforme" (em forma de cunha).
Pedaço de argila sumeriana com registro das rações diárias em pictogramas.
SISTEMA POLÍTICO
Ao longo da história os sumérios se dividiam em
cidades – estados unidos por interesses econômicos e militares. Essas cidades –
estados eram governadas por um patesi, que acumulava as funções de primeiro
sacerdote, comandante do exercito e superintendente do sistema de irrigação. Um
desses governadores, mais ambicioso, teria estendido seus domínios sobre certos
números de cidades e assim assumindo titulo de Dungi.
Por volta do ano 2.300 a.C, todos os sumerianos se uniram
sob o comando de um só chefe, Dungi que reinou por cinquenta e oito anos,
sabiamente dirigiu o trabalho de restabelecer a vida civilizada na Suméria e na
Acádia. Infelizmente Dungi viu-se envolvido em confrontos estrangeiros, o que
desestabilizou seu reinado, por fim seu reinado foi destroçado pelos amoritas
do norte e os elamitas do leste e a capital Ur, sofreu total destruição.
Este senário possibilitou que os semitas vindos do
norte da cidade de Acad, invadissem a região.
Esta foto nos mostra um bloco de argila
com exercícios de matemática,
1.700 a.C. Exercícios como esse
eram ensinados nas escolas
sumerianas preparando os jovens escribas que futuramente iriam
redigir contratos e calcular produção agrícola.
ECONOMIA
Os sumerianos possuíam um sistema econômico muito simples, e dava importância
aos empreendimentos individuais do que geralmente se concebiam no Egito.
A escravidão não era uma instituição importante, muitos dos que eram considerados
escravos não passavam na realidade de servos que haviam hipotecado sua pessoa
por dívida.
A agricultura era o principal interesse econômico da maior parte da população
sumeriana, sendo os sumerianos excelentes lavradores.
Agricultores Sumerianos.
Os sumerianos não realizavam
grades coisas nas atividades intelectuais. Sua grande realização, no entanto,
foi a escrita que esta destinada a ser usada durante milhares de anos depois do
desaparecimento de nação.
A educação estava nas mãos dos sacerdotes e assim sua influência era culminante
sobre e a vida intelectual da população. Nas escolas dos templos, ensinavam aos
estudantes o complicado sistema de escrita. Também se ensinava a matemática e
ainda a língua sumeriana e semítica.
Como artistas os sumerianos, destacaram-se nos
trabalhos com metal, na lapidação de pedras preciosas e esculturas. Os
edifícios característicos da arquitetura sumeriana é o Zigurate, depois de muito copiado pelos povos que se sucederam na
região, era uma construção em forma de torre composta por sucessivos terraços e
encimada por pequeno templo.
Zigurate - Construção Suméria.
Na literatura podemos citar os poemas e as
narrativas épicas, onde se destacam duas obras sumerianas: a Epopeia de
Galgamés, a mais antiga narração do diluvio e o Mito da Criação.
Os sumerianos acreditavam num dado número de deuses,
tendo cada um deles uma personalidade distinta com atributos humanos. Podemos
citar alguns deuses: Istar, a deusa do princípio feminino da natureza, Shamash,
era o deus do sol, dava o calor, luz em beneficio do homem, mas também podia
mandar seus raios abrasadores para secar o solo e as plantas.
Shamash - Deus do sol.
Istar - Deusa do principio feminino.
Portanto, conhecer os povos antigos nos possibilita á
criação de uma cultura mais solida. O povo que conhecemos acima, ou pelo
menos um pouco dele pois é muito vasto o estudo dos sumérios, é um
exemplo de civilização onde no principio eram divididos em cidades – estado e a
partir da ambição de Dungi foram unificados sob uma só coroa e ascenderam esplendorosamente,
desenvolveram a escrita e as manifestações culturais. Porém, como toda a
dinastia tem um fim, Dungi foi derrotado pelos amoritas e elamitas, mas o
legado cultural desse povo perdurou por aproximadamente 1500 anos, eternizando sua cultura na argila da história.
Clóvis Trindade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário