domingo, 12 de maio de 2013

Mesopotâmia e seus povos – Sumérios


Os Sumérios

É entre o monte Zargo e o deserto da Arabia que correm dois rios caudalosos, Tigre e Eufrates. Entre esses rios existiam terras muito férteis denominadas Mesopotâmia (em grego terra entre rios – meso pótamis), hoje atual território do Iraque. Foi nessas terras que se desenvolveram as primeiras civilizações de que se tem noticia, e com elas os primeiros traços culturais.

à Estandarte Sumério representando as classes sociais. Na parte superior, vemos o rei e sua corte. Nas duas partes inferiores observamos os pescadores, agricultores e o povo em geral.
Foi no quarto milênio antes de Cristo que os Sumérios, povo oriundo do planalto da Asia Central, se estabeleceram e fertilizaram a parte norte da Mesopotâmia denominada Assíria e a parte sul denominada Caldeia. Lá eles fundaram as cidades de Ur, Nippur e Lagash cada uma constituída de um pequeno estado, regido por um chefe civil e religioso chamado de patesi. Ur, Nippur e Lagash constituíram os primeiros centros econômicos da mesopotâmia.
                                           Cidade de Lagash 

                                                                    Cidade de Nippur

                                                Cidade de Ur

         Os sumérios possuíam rebanhos ovinos, bovinos e praticavam a agricultura para a qual desenvolveram arados e sameadoras puxados a boi. Na sua nova casa aprenderam como aumentar a produtividade natural do vale fluvial desenvolvendo técnicas de irrigação.
         Aprenderam a construir suas casas com mantimentos naturais e artificiais afim de ficarem a salvo das águas das enchentes e terem maior segurança contra os ataques.
         Escavações feitas nas ruínas da cidade de Ur constataram que os sumérios atingiram um grande grau de civilização, tendo sua ascendência maior por volta do ano 3.500 a.C. Provavelmente sua cultura continuou a dominar a Baixa Mesopotâmia por mais de 1500 anos enquanto na Babilônia imperava a dinastia de Hamurábi.

              Influencia da arte sumeriana em uma Mesquita da Samarra no Iraque.

        Os sumérios para fortificar suas construções tiveram que recorrer ao tijolo, souberam como ninguém usufruir desta técnica, primeiramente empregada nas construções de templos.

         Mais tarde, desenvolveram um sistema de escrita que era empregado na contabilidade dos templos. Os registros escritos eram necessários para se ter um controle das riquezas acumuladas pelos templos devido ao fato de estes receberem muitas oferendas religiosas.
Estatueta do templo de Tell Asmar, um rei rezando.

PROVÉRBIO SUMÉRIO
“O pobre está melhor morto do que vivo.
 Se tem pão, não tem sal,
 Se tem sal, não tem pão,
Se tem carne, não tem cordeiro,
Se tem cordeiro, não tem carne."
         A administração desses bens exigia que os sacerdotes mantivessem um controle preciso das operações como empréstimos de animais ou sementes, pagamentos aos construtores de barcos ou a comerciantes estrangeiros, relação de mercadorias vendidas, emprestadas e estocadas. Para manter esse controle a solução foi registrar por escrito as operações realizadas.
         A escrita sumeriana foi se desenvolvendo com o tempo, por volta do ano 3.000 a.C, passou a ser utilizada também nos registros religiosos, textos literários e algumas normas jurídicas. A escrita era originalmente feita na argila mole, com um estilete em “forma de cunha”, o que determinou o formato dos sinais. Por isso a escrita sumeriana ficou conhecida como "cuneiforme" (em forma de cunha).

               Pedaço de argila sumeriana com registro das rações diárias em pictogramas.

SISTEMA POLÍTICO

Ao longo da história os sumérios se dividiam em cidades – estados unidos por interesses econômicos e militares. Essas cidades – estados eram governadas por um patesi, que acumulava as funções de primeiro sacerdote, comandante do exercito e superintendente do sistema de irrigação. Um desses governadores, mais ambicioso, teria estendido seus domínios sobre certos números de cidades e assim assumindo titulo de Dungi.  
Por volta do ano 2.300 a.C, todos os sumerianos se uniram sob o comando de um só chefe, Dungi que reinou por cinquenta e oito anos, sabiamente dirigiu o trabalho de restabelecer a vida civilizada na Suméria e na Acádia. Infelizmente Dungi viu-se envolvido em confrontos estrangeiros, o que desestabilizou seu reinado, por fim seu reinado foi destroçado pelos amoritas do norte e os elamitas do leste e a capital Ur, sofreu total destruição.
Este senário possibilitou que os semitas vindos do norte da cidade de Acad, invadissem a região.

  Esta foto nos mostra um bloco de argila com exercícios de matemática, 1.700 a.C. Exercícios como esse eram ensinados nas escolas sumerianas preparando os jovens escribas que futuramente iriam redigir contratos e calcular produção agrícola.

ECONOMIA

Os sumerianos possuíam um sistema econômico muito simples, e dava importância aos empreendimentos individuais do que geralmente se concebiam no Egito.
A escravidão não era uma instituição importante, muitos dos que eram considerados escravos não passavam na realidade de servos que haviam hipotecado sua pessoa por dívida.
A agricultura era o principal interesse econômico da maior parte da população sumeriana, sendo os sumerianos excelentes lavradores.
                                     Agricultores Sumerianos.
Os sumerianos não realizavam grades coisas nas atividades intelectuais. Sua grande realização, no entanto, foi a escrita que esta destinada a ser usada durante milhares de anos depois do desaparecimento de nação.
A educação estava nas mãos dos sacerdotes e assim sua influência era culminante sobre e a vida intelectual da população. Nas escolas dos templos, ensinavam aos estudantes o complicado sistema de escrita. Também se ensinava a matemática e ainda a língua sumeriana e semítica.
Como artistas os sumerianos, destacaram-se nos trabalhos com metal, na lapidação de pedras preciosas e esculturas. Os edifícios característicos da arquitetura sumeriana é o Zigurate, depois de muito copiado pelos povos que se sucederam na região, era uma construção em forma de torre composta por sucessivos terraços e encimada por pequeno templo.
                                     Zigurate - Construção Suméria.
Na literatura podemos citar os poemas e as narrativas épicas, onde se destacam duas obras sumerianas: a Epopeia de Galgamés, a mais antiga narração do diluvio e o Mito da Criação.
Os sumerianos acreditavam num dado número de deuses, tendo cada um deles uma personalidade distinta com atributos humanos. Podemos citar alguns deuses: Istar, a deusa do princípio feminino da natureza, Shamash, era o deus do sol, dava o calor, luz em beneficio do homem, mas também podia mandar seus raios abrasadores para secar o solo e as plantas.
                                                             Shamash - Deus do sol.

Istar - Deusa do principio feminino.
Portanto, conhecer os povos antigos nos possibilita á criação de uma cultura mais solida. O povo que conhecemos acima, ou pelo menos um pouco dele pois é muito vasto o estudo dos sumérios, é um exemplo de civilização onde no principio eram divididos em cidades – estado e a partir da ambição de Dungi foram unificados sob uma só coroa e ascenderam esplendorosamente, desenvolveram a escrita e as manifestações culturais.         Porém, como toda a dinastia tem um fim, Dungi foi derrotado pelos amoritas e elamitas, mas o legado cultural desse povo perdurou por aproximadamente 1500 anos, eternizando sua cultura na argila da história.

                                                                          Clóvis Trindade.



                  

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