sexta-feira, 7 de junho de 2013

Medicina Campeira, a cura através das ervas do pampa

Há anos estes pagos eram colonizados por portugueses, espanhóis provenientes muitos deles de uma região conhecida como Península Ibérica que fora colonizada por sabias tribos Celtas. Estas tribos possuíam um conhecimento muito vasto e sabiam como ninguém praticar a cura e fazer uso das ervas encontradas na natureza. Dentro dos celtas havia a figura do druida, o mago que dominava os conhecimentos da filosofia e equilibrava-se com a natureza de forma harmoniosa e magica. Destacava-se também as Estreghe ( mulheres) que tinham um vasto conhecimento das ervas do campo e alijadas com santos católicos faziam benzeduras e por isso ficaram conhecidas como “ benzedeiras”. Foi no período da Colonização Portuguesa que muitas destas famílias de origens celtas vieram colonizar o Rio Grande do Sul e desbravar a pampa trincheirando mistérios e perigos que jazia nestes pagos. Aqui, em solo pampiano estas benzedeiras encontraram céu aberto longe das fogueiras e da Inquisição Romana estudaram as plantas endêmicas e delas galgaram a cura para diversos males cotidianos.
Neste período a medicina caseira ou campeira teve seu espaço consagrado e até hoje aqui no garrão da pampa usamos destes conhecimentos para sanar alguns males que por ventura nos afetam. São muitas as ervas que usamos. Abaixo segue as mais conhecidas e comuns de serem encontradas.:
CIPÓ-CABELUDO: serve como diurético poderoso no combate da albumina (tanto a folha quanto o próprio cipó).
ERVA-CIDREIRA: atua como calmante para o estomago e possui propriedades refrescantes (usa-se as folhas)
ERVA-DE-BICHO: é específico no combate das
hemorroidas, varizes; combate o nervosismo e a histeria. Obs.: Não deve ser usada por gestantes (usa-se as folhas).
ERVA-DE-PASSARINHO: atua como tônico pulmonar de grande ação descongestionante, indicado em todas as infecções do aparelho respiratório (usa-se a folha).

FUNCHO: eficaz para as cólicas intestinais e flatulências (utiliza-se o ramo)
GUACO: usado nas tosses e bronquites, bom depurativo do sangue (utiliza-se a folha)
MALVA: ante-infeccioso, descongestionante, uso interno e externo (a folha)
MAMICA-DE-CADELA:é poderoso cicatrizante nas úlceras gástricas (utiliza-se a casca)
MACELA: eficácia estomacal, diurético, nas cólicas intestinais e na má digestão (usa-se a folha e a flor)

HORTELÃ: nos casos de má digestão, cólicas intestinais, flatulência e vermes (a folha)
JURUBEBA: em todos os males hepáticos, nas doenças do baço e nas febres biliosas (a folha e a flor)
LOSNA: atua contra os males estomacais.

POEJO: usado no combate a tosses e cólicas estomacais (a folha).
QUEBRA-PEDRA: eficaz no combate às areias e aos cálculos renais, com algum efeito diurético (toda a planta).

SALSA-PARRILHA: depurativo e tônico do sangue, empregado nos casos de má circulação; grande diurético (a raiz).
URTIGA: urticária, contra hemorragia, alergias, nos casos de intoxicação (toda a planta).

SABUGUEIRO: ajuda na transpiração nos casos de gripe, muito usado no sarampo. Deve ser tomado sempre quente (toda a planta).
PATA-DE-VACA: poderoso diurético com ação nos casos de diabete (a folha).
Fonte: Entrevista com Evani da Costa. Jacaquá-Alegrete/RS, 30 de maio de 2013.
Publicada por Clóvis Trindade em 7 de junho de 2013.

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário