sábado, 11 de maio de 2013

QUEM É O GAÚCHO?


“Era curioso aquele método de construção que fazia honra à bem conhecida persistência dos americanos. Ia procurar-se a madeira a uma parte e o ferro a outra; dois ou três carpinteiros cortavam e emparelhavam aquela, um mulato forjava o ferro”.

Giuseppe Garibaldi, in “Memórias de José Garibaldi”, por Alexandre Dumas. Julho de 1907.
               A observação de Garibaldi a respeito da construção de barcos pelos farroupilhas, durante a Guerra dos Farrapos, é uma entre inúmeras referências de exaltação da tenacidade e da persistência do gaúcho, que encontramos nos documentos e relatos referentes ao decênio heroico  quando os sul-rio-grandenses se levantaram em armas para garantir valores como o da liberdade e interesses de ordem econômica, militar, religiosa e ideológica.
         As características fundamentais de uma sociedade e dos homens e mulheres que a compõe, é invariavelmente conseqüência de uma história. Não é diferente aqui no garrão do Brasil, onde a história é contada a partir dos seus habitantes. O gaúcho que surgiu a partir do início do século XVII é o resultado de uma mescla de raças e etnias que ocuparam a pampa do extremo sul da América, abrangendo o que hoje conhecemos como Rio Grande do Sul, Uruguai e Argentina. Os índios primeiros habitantes, os espanhóis, portugueses e negros que aqui se estabeleceram alguns por vontade própria, mas a maioria forçada pelas circunstâncias históricas que vivenciou. Depois vieram os alemães, os italianos os poloneses e pequenos grupos de outras partes do mundo. Do cruzamento destas raças, temperadas pelo frio, pelo minuano, pelo espaço generoso e sem cerceamentos, pela lida com o cavalo e com o gado, surge um tipo humano sedento por liberdade e extremamente apegado a sua terra.
         Não podemos desconhecer que encontramos aqui e acolá, historiadores ou “palpiteiros” que procuram descrever o gaúcho como um marginal, um homem sem escrúpulos, machista, ladrão, contrabandista, e assim por diante. Esquecem que o homem é, e sempre foi, um elemento do seu meio e do seu tempo. Rude, forte, às vezes bandido, mas sempre livre, era o Gaudério. Aquele homem deve ser compreendido e estudado a partir dos conceitos morais e da ética vigente à sua época. Querer julgá-lo hoje, com os padrões sociais e éticos da sociedade contemporânea é descabido.
         No Rio Grande do Sul, território disputado por Portugal e Espanha, o Gaúcho adquire algumas características próprias, desenvolvendo um gosto muito apurado pela aventura e pelas escaramuças bélicas. O Estado foi por muito tempo, tanto por necessidade quanto pelo gosto, um grande quartel. Do dia para a noite as fazendas se transformavam em quartéis e os peões em soldados. Bastava um toque de clarim para transformar a peonada em companhia ou batalhão. O objetivo era quase sempre o mesmo: garantir que o território não fosse dominado pelos castelhanos. Em 1835 o processo foi outro. Os sul-rio-grandenses se rebelaram contra os Portugueses. Contra a tirania política e econômica do Império Brasileiro que tratava a província com desdém.



         No início era uma manifestação de inconformidade, uma exigência de melhor tratamento, depois, com a intransigência imperial, se transformou numa tentativa de autonomia. A ideia de República fervilhava entre os farroupilhas. O desejo de autodeterminação era notório. No entanto havia como sempre houve um sentimento superior: o sentimento de brasilidade. A República Rio-Grandense foi proclamada e durou mais de oito anos, o que não impediu à assinatura da Paz que reforçou a brasilidade do gaúcho. 
         O bairrismo quem nos caracteriza, também, decorre dessa história e do tipo de formação da sociedade sul-rio-grandense e não devemos negar ou nos envergonhar dele, assim como precisamos reconhecer que o povo gaúcho é o mais politizado entre os brasileiros assim como é, possivelmente, o mais persistente e aventureiro. 
Texto extraído do site do Movimento Tradicionalista Gaúcho Rio Grande do Sul 

Conclusão:
         O tradicionalismo gaúcho é algo fenomenal, é uma forma de cultura sadia que nos conduz a construir um tipo social exemplar: o gaúcho.
         Nossa cultura, nosso povo tem sua origem do caldeamento de índios, portugueses e espanhóis, deles herdamos as danças, os mitos, as lendas, os princípios de ética e civismo.
         Temos como um bom exemplo de manifesto cultural o ENART ( Encontro de Arte e Tradição) que ocorre anualmente levando a arte e a tradição gaúcha ao palco, defendida pelos grupos de dança que la se apresentam.
         Esta cultura regional que é reconhecida pela ONU, merece destaque e divulgação, seus conceitos sociais devem ser difundidos na sociedade como bem fazem os Centro de Tradições Gaúchas (CTG), e todos os demais núcleos promovedores da cultura gaúcha.
           Assista agora a final do ENART 2012!


Um comentário:

  1. Parabéns pela iniciativa, Clovis! Adorei o blog, continue postando novidades! Orgulho-me de ter sido tua professora! Abração!

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